Na manhã de hoje (29), os secretários de Agricultura da Associação dos Municípios da Zona Sul (AZONASUL) se reuniram em Pelotas para abordar os prejuízos significativos causados pela recente enchente que afetou o Rio Grande do Sul. A reunião destacou que o setor primário da economia da região enfrenta a maior perda das últimas três décadas, com prejuízos já contabilizados em R$ 1,85 bilhão e estimativas de aumento nos próximos dias.
Na abertura do encontro, o coordenador dos secretários de Agricultura da região, Bercílio Silva, representante de Rio Grande, concedeu espaço para as manifestações de cada um dos 23 secretários municipais, que apresentaram números individualizados e estragos nas estradas rurais que escoam as produções.
Ronaldo Maciel, gerente regional da Emater, relatou um aumento de 25,5% nas perdas em apenas uma semana, evidenciando a gravidade da situação. Maciel sublinhou que, à medida que os produtores rurais conseguirem acessar suas lavouras e propriedades, a realidade se mostrará ainda mais desoladora, com grãos apodrecidos, pastagens deterioradas e gado sem condições de engorde.
Durante a reunião, Henrique Pereira da Silva, coordenador regional da Secretaria de Agricultura do Estado, anunciou medidas de mitigação a serem implementadas pelo órgão estadual através da articulação da Azonasul. Entre elas, está prevista a liberação de R$ 500 mil em horas/máquinas para os quatro municípios da região que estão em situação de calamidade: Pelotas, Rio Grande, São Lourenço do Sul e São José do Norte.
A presidente da AZONASUL e prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, ressaltou a gravidade das perdas para a economia local, que é fortemente baseada no setor primário. Mascarenhas alertou que as perdas de ICMS serão devastadoras para as prefeituras e destacou a importância da criação da Agência de Desenvolvimento Regional. Esta agência, ainda em fase de gestação pela AZONASUL, será fundamental para promover a resiliência climática e oferecer alternativas para o desenvolvimento regional. "A ajuda na reconstrução do Estado pode começar aqui pela região", afirmou Mascarenhas. "A recuperação das perdas será um objetivo estratégico da Agência de Desenvolvimento", disse a prefeita.
NOVOS ENCONTROS - Os gestores devem continuar fazendo encontros para a atualização dos números e estão mobilizados para o levantamento de orçamentos para a recuperação das estradas e pontes danificadas. A expetativa é de que os demais municípios que decretaram situação de emergência também consigam acessar os recursos estaduais para a contratação de horas/máquina.
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